quinta-feira, 26 de março de 2015

porque estudar história

Consórcio Inframérica abre processo seletivo para Portadores de Necessidades Especiais

O Consórcio Inframérica, que administra o Aeroporto Internacional Governador Aluísio Alves, em São Gonçalo do Amarante, abriu inscrições do processo seletivo para Portadores de Necessidades Especiais. O candidato dever ter nível médio completo e habilidades em rotinas administrativas, além de informática.
Estão sendo oferecidas oito vagas e a remuneração é de R$ 1.109,00. Os interessados em se submeter a uma das vagas devem encaminhar currículo para o endereço eletrônico: recrutamento.asga@inframerica.aero – com o assunto do e-mail – Vaga PNE – Aeroporto.
Postado em Estágios e Empregos

quarta-feira, 25 de março de 2015

"Cada povo tem o governo que merece", disse um francês no século XIX

"Sai vitorioso das urnas, o candidato que fala o que o povo quer e não o que precisa ouvir"

Ferrenho defensor do regime monárquico e crítico fervoroso da Revolução Francesa, o filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) escreveu seu nome na história ao lançar a expressão “cada povo tem o governo que merece”. Datada de 1811, a frase registrada em carta, publicada 40 anos mais tarde, faz referência a ignorância popular, na visão do autor a responsável pela escolha dos maus representantes. Contrário a participação do povo nos processos políticos, Maistre acreditava que os desmandos de um governo cabiam como uma punição àqueles que tinham direito ao voto, mas não sabiam usá-lo. Passaram-se exatos duzentos anos e a expressão do francês permanece atemporal por estas bandas.

No Brasil de democracia imatura e educação capenga, o voto ainda é definido pelo poder econômico e promessas bajuladoras totalmente descabidas feitas por candidatos visivelmente desinformados nas questões econômicas e sociais dos locais que pretendem governar. Por aqui se define voto também pela simpatia, crença, a boa oratória e o assistencialismo. Raros os que votam pela análise do passado, das relações interpessoais e do plano de governo fundamentado. O País que causou admiração no vocalista do U2 pela criação da Lei da Ficha Limpa, não tem punição para o político que, acometido do esquecimento conveniente, deixa de cumprir promessas e compromissos firmados com o eleitor.

Sai vitorioso das urnas, o candidato que fala o que o povo quer e não o que precisa ouvir. Na eleição para Governo, os servidores públicos de Rondônia tiveram reavivada a esperança de salários reajustados com base nas perdas acumuladas ao longo de governos passados. Educadores, agentes penitenciários, policiais militares e as demais categorias foram às urnas na certeza de estar depositando lá o acréscimo de pelo menos 25% nos holerites, já em 2011. E o fizeram apoiados por sindicatos bem informados das questões financeiras da máquina estatal. Ora, como duvidar do então candidato Confúcio Moura (PMDB), avalizado pelos representantes das categorias nos palanques, reuniões e debates de televisão? Não era possível lançar mão de tão doce promessa que, para melhorar, vinha acompanhada da oportunidade de trocar um governo autoritário, perseguidor e truculento por um aberto ao diálogo e conhecedor das necessidades de quem trabalha pelo desenvolvimento.  Reside muitas vezes no desconhecimento da situação econômica do Estado, o perigo de um estelionato eleitoral que, se tipificado em lei, seria tão somente culposo. Ou seja, Confúcio poderia estar investido de boa vontade para dar o reajuste prometido, mas ao colocar a coroa e o cetro deparou-se com a triste realidade de que querer nem sempre é poder.

O Narciso do CQC

Um dos apresentadores do programa humorístico CQC, levado ao ar pela TV Band, sentiu-se altamente incomodado com a aparência física dos rondonienses e dedicou minutos de sua comédia stand up, gravada em DVD, a comentários altamente pejorativos aos nascidos aqui. Rafael Bastos, que tem como alcunha o diminutivo do próprio nome, disse que “se Deus é brasileiro ele sacaneou Rondônia”. Sob risos da platéia, Rafinha caprichou nos insultos:
- O pessoal lá é muito estranho.
- O diabo fala português? –  Ah, já sei em que estado ele nasceu. Deixou muitos filhos por lá, viu?
Um humor apelativo, arraigado de preconceito, constrange e provoca até certa náusea, mas patético mesmo  nesse episódio é perceber que Rafinha se acha bonito. Ô dó criança!

Interferência descabida

Eis que do nada, deputados estaduais iniciaram uma onda insana de interferência nas indicações de Confúcio Moura para o primeiro escalão do Governo. Até o deputado estadual Jean de Oliveira (PSDB) usou a tribuna para repudiar a indicação de Williames Pimentel na Secretaria de Estado da Saúde. Pasma a rapidez com que o parlamentar mudou de opinião, já que quando vereador de Porto Velho jamais levantou a voz contra a administração municipal da qual Pimentel participa há anos. Outros deputados fizeram discursos apaixonados com menções à moralidade e a Lei da Ficha Limpa. Lembrei de pelo menos dois ditados populares que falam de hábitos dos macacos. 

David Erse, o estudioso

Empolgado e envaidecido durante a solenidade que o empossou deputado estadual, David Chiquilito Erse fez discurso longo, cansativo e presunçoso. Criticou veículos de comunicação que analisavam a possível interrupção de sua carreira na Assembléia Legislativa com a recontagem de votos pós-decisão da não aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010. “Seguirei deputado. Falo isso porque tenho certeza. Eu estudei”- disse o jovem político. Agora, sem mandato, David terá tempo para estudar um pouquinho mais.
 

Autor: Ivonete Gomes

sexta-feira, 20 de março de 2015

Abertas as inscrições para estágio de ensino médio no MPF

O Ministério Público Federal está com inscrições abertas para o concurso de estágio de nível Médio, voltado a alunos da rede estadual de ensino, com vagas para os municípios de Natal, Assu e Pau dos Ferros. Os interessados podem se inscrever até a sexta-feira, 20 de março.
Os alunos devem preencher a ficha de inscrição, disponível no endereço eletrônico www.prrn.mpf.mp.br/concursos/estagiarios/2015, e comparecer à respectiva procuradoria (ver endereços abaixo) portando o original e cópia do comprovante de matrícula, do histórico escolar e do documento de identidade e CPF. Além disso, os candidatos que se declararem portadores de necessidades especiais devem levar laudo médico, em conformidade com o edital.
Para inscrever-se, os pré-requisitos são: estar matriculado e efetivamente frequentando as aulas no ensino médio em escola da rede estadual; ter concluído o 1º ano do ensino médio; não concluir o ensino médio no 1º semestre de 2015; ter média aritmética entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática igual ou superior a 6,0. Para quem estiver cursando o 2º ano, valerá a média das notas do 1º ano. Os alunos que cursam o 3º terão a média calculada entre as notas das duas disciplinas no 1º e 2º anos.
Estão reservadas 10% das vagas que surgirem durante a validade do processo seletivo aos portadores de necessidades especiais. O interessado devem anexar à documentação de inscrição um laudo médico, apresentado em original ou cópia autenticada, expedido no prazo máximo de 90 dias antes do término das inscrições. Também há reserva de 10% das vagas para as pessoas que se declararem participantes do Sistema de Cotas para Minorias Étnico-raciais.
Provas – O Processo Seletivo consiste na aplicação de provas escritas, objetivas, de caráter eliminatório e classificatório, que irão avaliar conhecimentos de Língua Portuguesa e Matemática. Os candidatos habilitados serão convocados para realizar a prova, na data provável de 12 de abril. O local e o horário, bem como a lista de habilitados, serão divulgados no endereço eletrônico www.prrn.mpf.mp.br e nos quadros de avisos das três procuradorias.
A aprovação não gera o direito à contratação do estagiário, que poderá ser ou não realizada, segundo a necessidade, a conveniência e a oportunidade, a critério da Procuradoria da República no RN. O processo seletivo tem validade de 12 meses e poderá ser prorrogado por igual período. A jornada semanal de estágio será de 20 horas, distribuídas em quatro horas diárias, sem prejuízo das atividades discentes. A bolsa mensal é de R$ 540, mais auxílio-transporte.
Locais para Inscrição:
PRRN- Natal:
Avenida Deodoro da Fonseca, 743. Tirol.
Fone: (84) 3232- 3995
PRM – Assu:
Rua Sinhazinha Wanderley, 912. Centro.
Fone: (84) 3331-7256
PRM- Pau dos Ferros:
Avenida Getúlio Vargas, 1911. Centro.
Fone: (84) 3351-3600
*Com informações da Procuradoria da República no RN

quinta-feira, 19 de março de 2015

A ERA DO OURO NO BRASIL

A Época do Ouro no Brasil Colonial

A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e, principalmente, em Minas Gerais, atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, século XVIII, justamente no período em que a Inglaterra se industrializava e se consolidava como uma potência, exercendo uma forte influência econômica sobre Portugal.


Economia, Sociedade e Cultura
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos - cerca de 600 mil negros vindos do nordeste - . Tais deslocamentos do eixo sócioeconômico do litoral para o interior da colônia, acarretou a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora.
A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira.Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrático e intelectualmente mais evoluído.
Era comum no século XVIII, ser grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas.

A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas grandes cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidaram-se como atividades subsidiárias e periféricas.
O desenvolvimento do comércio e a acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil. São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais ( imagem à esquerda de um dos doze profetas - Igreja do Senhor Jesus de Matosinhos, município de Congonhas), e do Mestre Valentin no Rio de janeiro.
Na música destaca-se o estilo sacro barroco do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, além da música popular representada pela modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo lundu de origem africana.
A Decadência do Período
Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia colonial entrou em declínio.

Contexto Europeu Inglaterra/Portugal
Em contrapartida, ao desenvolvimento econômico da Inglaterra, Portugal enfrentava enormes dificuldades econômicas e financeiras.
Dos vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem, também conhecido como Tratado de Panos e Vinhos em 1703, pelo qual Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e essa, os vinhos portugueses. Para Portugal, esse acordo agravava o acentuado déficit na balança comercial pois o valor das importações dos tecidos ingleses superava o das exportações (vinhos). É importante notar que o Tratado de Methuem ocorreu alguns anos depois da descoberta das primeiras grandes jazidas de ouro em Minas Gerais e, que, bem antes de sua assinatura, as importações inglesas já arruinavam as manufaturas portuguesas. O tratado, deve ser considerado , como um importante fator de domínio econômico inglês sobre Portugal.A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, o que viabilizou ainda mais, uma grande acumulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirismo na Revolução Industrial.
Sendo assim, a primeira metade do século XIX será representada pelo Renascimento Agrícola, fase economicamente transitória, marcada pela diversificação rural (algodão, açúcar, tabaco, cacau e café), que se estenderá até a consolidação da monocultura cafeeira, iniciada por volta de 1870 no Vale do Paraíba.
Moedas portuguesas do século XVIII cunhadas com ouro do Brasil
Referências Bibliográficas
Cotrim, Gilberto. História e Consciência do Brasil. Saraiva: São Paulo, 11ª edição reformulada. Nicolina Luíza de Petta, Eduardo Aparício Baez Ojeda. História: uma abordagem integrada, volume único, 1ª ed., São paulo: Moderna, 1999.http://www.suapesquisa.com/. Acesso 29. 03. 2009.

Primeira República

Foi conhecido como Primeira República, ou República Velha, o período de 1889 (Proclamação) até a Revolução de 1930, sendo o último presidente Washington Luís. Em 15 de novembro de 1889 foi decretado o fim do Império e o início de uma nova forma de governo, a república. Comumente, pode-se dividir esta época entre duas: a República da Espada (1889-1894) e a República Oligárquica (1895-1930).
A denominação do primeiro período ocorreu devido à predominância dos militares no poder, justificada, principalmente, pelo medo dos republicanos de uma provável volta da monarquia, sendo o primeiro presidente o Mal. Deodoro da Fonseca. Em 1891 foi promulgada a primeira Constituição Republicana do Brasil, após a reunião de uma Assembléia Constituinte, convocada por uma junta militar, e foi amplamente inspirada na Constituição dos Estados Unidos. Mas foi somente em 1893 que o povo brasileiro pôde escolher, dentro do mote republicano, qual tipo de governo para o país: presidencialista ou parlamentarista. A vitória foi do presidencialismo, que legitimou o golpe ministrado pelos republicanos 4 anos antes.

Mal. Deodoro da Fonseca, Museu da República
Durante esse primeiro período os militares sofreram grandes dificuldades para a manutenção do seu regime devido a vários focos de revolta no país, reivindicando a volta da monarquia. Por conta desses episódios, e após o fechamento do Congresso, Mal. Deodoro da Fonseca, renunciou ao mandato em novembro de 1891. Assumiu outro marechal, Floriano Peixoto, taxado como “Mãos de Ferro”, por governar de maneira mais centralizada, e por ter conseguido controlar uma nova revolta armada em 1893, utilizando todo o poder bélico que dispunha.  Após a saída de Floriano nenhum outro militar subiu ao poder até o final da Republica Velha.
A partir de 1895 a denominação mudou de República da Espada para República Oligárquica, que recebeu esse nome devido à dominação do cenário político pelas oligarquias rurais, principalmente as de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Essa influência maior na política de paulistas e mineiros foi chamada de Política do Café-com-leite. Esta consistiu, basicamente, num trato velado entre os dois estados para a alternância de presidentes entre eles, ou seja, um mandato seria mineiro, outro paulista, permanecendo o poder nas mãos da oligarquia.
A preocupação em manter o poder entre seus iguais foi expressa pelo então presidente Campos Salles e em 1902 ele indicou um paulista como candidato, Prudente de Morais, iniciando essa política de alternância.  A participação ativa dos gaúchos ocorreu até 1916, quando o senador Pinheiro Machado foi assassinado. Após essa data somente com Getúlio Vargas, em 1930, que o RS voltou com maior força no cenário político brasileiro.
No governo de Salles foi promulgada a Política dos Estados, ou Política dos Governadores, na qual o poder estadual era forte e haveria pouca intervenção do governo federal nos estados. O presidente alegava uma mudança de direção política em relação ao Império, pois neste o poder era basicamente centralizado nas mãos do imperador. Na república de presidentes civis, os estados teriam autonomia, assim como os municípios, para legislar internamente sem interferência mais ativa do presidente. Um fato que demonstrava o poder dos governadores estaduais é que não existiam partidos políticos em âmbito federal e o país era governado entre os partidos criados dentro dos próprios estados. Os principais foram PRP (Partido Republicano Paulista), PRM (Partido Republicano Mineiro) e PRR (Partido Republicano Rio-grandense).

Storni, Política Café-com-Leite, Revista Careta
Apesar da Política do Café-com-leite ter durado vários anos, ela não foi unânime em todos os momentos, e algumas divisões ocorreram. A mais conhecida foi a nomeação de um candidato da Paraíba, Epitácio Pessoa, em 1919, no lugar de Rodrigues Alves, após sua morte. Em 1922, o mineiro Arthur Bernardes o substituiu, mas ele não possuía total apoio de Minas Gerais e São Paulo, ocasionando as revoltas tenentistas, o que o obrigou a governar em estado de sítio.
O próximo na sucessão, Washington Luís, paulista, também sofreu com revoltas e problemas políticos, agravados com a crise de 1929. No período de eleições, , segundo a política do café-com-leite, caberia à Minas Gerais indicar um candidato. Porém o presidente em vigência se adiantou e o seu partido (PRP) lançou a candidatura de Júlio Prestes, governador de São Paulo. Houve o rompimento do acordo entre SP e MG, e os mineiros, com apoio de RS e PB lançaram a candidatura de Getúlio Vargas. A chapa de Prestes venceu as eleições, mas a oposição, inconformada, provocou a Revolução de 1930, e pôs fim à chamada República Velha.
Devido ao fato da Constituição de 1891, ainda vigente no país, ser de caráter descentralizado, e a Política dos Estados ter grande adesão, esse período da história brasileira foi conhecido, também, pela dominação dos coronéis, fenômeno conhecido por Coronelismo. O poder dos coronéis e a sua autonomia nos municípios muitas vezes suplantavam ao próprio governador e presidente. Daí o senso comum de que o Brasil foi governado por coronéis, que legislavam a seu bel-prazer.
Durante a república Velha, diversas revoltas organizadas por civis ocorreram. De caráter mais regional ou nacional, muitas eram em defesa do retorno da monarquia, outras em defesa da república, mas que o poder não se limitasse à oligarquia. As principais foram a Guerra de Canudos (1896-1987), Revolta da Vacina (1904), Guerra do Contestado (1912-1916), Revolta da Chibata (1910), entre outros, e finalmente, a Revolução de 1930, que acabou com a Política do Café-com-leite. Também foi nesse período em que tivemos as primeiras greves operárias, em 1907 e 1917, o que mostra uma organização dos trabalhadores, um comportamento novo na história brasileira.
No âmbito cultural houve a Primeira Semana de Arte Moderna Brasileira, em fevereiro de 1922, organizada em São Paulo, com a participação de artistas lendários da cena cultural do país como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Anitta Malfatti, Tarsila do Amaral, entre outros.  Esse movimento marcou a proposta de retomar as raízes brasileiras, buscar no nosso passado e presente as fontes de inspiração para as artes, e não absorver totalmente, sem discernimento, as influências européias e norte-americanas.

Di Cavalcanti, Capa para Catálogo da Exposição
Todo o domínio da oligarquia cafeeira do sudeste foi contestado após a eleição de 1930, quando o candidato Julio Prestes, paulista indicado pelo então presidente, também paulista, Washington Luís, venceu o gaúcho Getúlio Vargas. A oposição derrotada não aceitou o desfecho eleitoral e deu início à Revolução de 1930, em outubro deste mesmo ano. No final daquele mês foi realizado um golpe militar, que depôs o presidente e, após a formação de uma Junta Militar, indicaram Getúlio Vargas como governante provisório, até o restabelecimento da ordem.
 
 
Ana Carolina Machado de Souza

FEUDALISMO



 O feudalismo  é um sistema econômico, político e social fundamentado na propriedade sobre a terra. Esta pertence ao senhor feudal que cede uma porção dessa terra ao vassalo em troca de serviços ocasionando uma relação de dependência.
O feudalismo se inicia com o período das invasões bárbaras  e a posterior queda do Império Romano do Ocidente (Século V) que transformam toda a estrutura política e econômica da Europa Ocidental descentralizando-a. Os povos “bárbaros” ao ocuparem parte das terras da Europa Ocidental contribuem com o processo de ruralização e o surgimento de diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Mas é no Reino Carolíngeo que se solidificam as principais estruturas do feudalismo.
Predominante durante toda a Idade Média, o feudalismo se caracteriza pelas relações de vassalagem (dependência pessoal) e de autoridade e posse da terra. As vilas e o colonato  tornam-se o centro da nova estrutura sócio-econômica que tem um sistema produtivo basicamente voltado para o suprimento das necessidades individuais dos feudos.
Os feudos, por sua vez, constituíam a unidade territorial da economia feudal, caracterizando-se pela sua auto-suficiência econômica, produção predominantemente agropastoril e ausência quase total de comércio. Nos feudos, a produção de arte ocorre nos castelos.
Geralmente divididos em três áreas: o domínio, exclusivamente do senhor feudal e trabalhada pelo servo; a terra comum, matas e pastos que podem ser utilizados tanto pelo senhor quanto pelos servos; e o manso servil, que destinado aos servos era dividido em áreas denominadas “glebas” de onde metade de toda produção deveria ser destinada ao senhor feudal (talha - um tipo de imposto), os feudos podiam tanto ser enormes territórios com cidades inteiras dentro deles, ou apenas uma fazenda, variando muito de um para o outro. Na época do Reino Carolíngeo, feudo significava “benefício”, era o nome dado ao benefício que o suserano cedia ao vassalo e, que na maioria das vezes era a posse de terras. Daí o porquê que “feudo” designa hoje a propriedade em si.
Com uma estrutura social estática e hierarquizada podemos identificar a vassalagem e a suserania como as principais relações da sociedade feudal. O senhor feudal ou suserano era quem tinha a posse das terras e as cedia aos vassalos que deveriam trabalhar nelas para sustento próprio e, no que chamavam de corvéia, o trabalho gratuito para o senhor feudal durante três dias por semana.
A sociedade era basicamente composta por duas camadas principais: os senhores e os servos. O clero, embora de muita importância na sociedade feudal, não constituía uma classe separada uma vez que os componentes do clero, ou eram senhores (alto clero), ou eram servos (baixo clero). Entretanto, a relação de suserania é mais complexa uma vez que as terras eram cedidas não aos camponeses, mas a outros senhores ou cavaleiros que assumiam um compromisso de fidelidade com o suserano. Este cedia terras em troca de mais poder e um aumento no contingente de seu exército. O que, na prática, não significava que ele possuía poder sobre os outros feudos uma vez que o poder era descentralizado.
A Igreja nesse período assume a posição de único poder centralizado. Aliás, a que se considerar a enorme importância da Igreja na sociedade feudal uma vez que naquela época toda a formação moral, social e ideológica era fortemente influenciada pelo clero.
O fim do sistema feudal costuma ser delimitado pela queda do Império Romano do Oriente (Queda de Constantinopla) no século XV e, na Europa deveu-se a diversos motivos econômicos, sociais, políticos e religiosos. Dentre eles podemos destacar a fome ocasionada pela estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da população; a peste que assolou a Europa dizimando um terço da população já bastante debilitada pela fome; o esgotamento das reservas minerais que abalou a produção de moedas afetando inevitavelmente as operações bancárias e o comércio; a ascensão da burguesia e a crise religiosa ocasionada pela necessidade de uma nova filosofia religiosa e novas necessidades espirituais.